quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Dunkirk - A Resenha

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Este post não contém spoilers.

A história de "Dunkirk" conta sobre a Operação Dínamo, mais conhecida como a Evacuação de Dunquerque, soldados aliados da Bélgica, do Império Britânico e da França são rodeados pelo exército alemão e devem ser resgatados durante uma feroz batalha no início da Segunda Guerra Mundial.

O novo longa de Christopher Nolan ("Interestelar") talvez já possa ser chamado de obra-prima. O décimo filme de sua carreira é uma nova empreitada, já que o diretor britânico já passou por uma trilogia do Batman, uma ficção científica no espaço e uma aventura sobre sonhos. A tentativa de Nolan agora é no gênero da guerra e, mais uma vez, obteve êxito.

Apesar de ser esse gênero, ele classifica sua obra como um suspense e ele está certíssimo. O filme é encarregado de tanto suspense que você irá levar sustos (sim, jumpscares) por causa dos tiros (e também porque o som é altíssimo), porém, não é só por isso. O desespero toma conta dos soldados ao longo dos 106 minutos de duração e chega a ser enervante e excruciante de ver.

Atribuída por uma trilha sonora composta por Hans Zimmer (mais uma colaboração com Nolan e mais uma vez fantástica), seu coração palpitará no ritmo dos tiques de relógio e batidas frenéticas de se sentir nervoso, agitado e inquieto (destaque para Supermarine). Assim como os efeitos sonoros dos tiros, a trilha lhe fará saltar da cadeira tantas vezes que você perderá as contas.

Muitas pessoas (bote muitos nisso) reclamaram do roteiro de Christopher Nolan e não digo das polêmicas envolvendo os franceses, indianos e whitewahsing, e sim da falta de emoção e de desenvolvimento dos personagens do longa. Eu discordo completamente de que a ausência disso não faz o filme ser perfeito, pelo contrário, o torna mais grandioso.

Como o longa se divide em 3 áreas (o molhe, o mar e o ar), seria impossível detalhar todos os personagens a não ser que a duração fosse de 3 horas, mas Nolan não queria isso. Ele queria retratar apenas a tentativa de sobrevivência dos soldados em Dunkirk. Numa guerra de verdade, não há protagonistas nem secundários, e sim homens arriscando suas vidas em prol de muitas outras vidas. Pegue filmes como "Mad Max - Estrada da Fúria" e "Gravidade", eles praticamente não têm roteiro ou encare como simples, você quem sabe, mas são ótimos mesmo assim. Com Dunkirk é exatamente a mesma coisa.

Quem reclamou de que não teve emoção (e foram muitos, repito), não deve ter se colocado na pele dos soldados em questão. Eu mesmo fiquei tenso e desesperado vendo muitos deles morrerem pelos malditos alemães que Nolan fez questão de não mostrar o rosto (aumentando mais ainda o suspense principalmente nas cenas de tiros, onde não sabemos onde eles estão), mas isso depende da reação de cada um.
Vá ao cinema e crie sua própria conclusão.

Dunkirk foi elogiado também pelos efeitos especiais usados no filme, onde a maioria deles foram práticos. O CGI foi mantido novamente apenas para completar o que os práticos iniciaram e eu duvido alguém encontrar uma simples cena onde você pode dizer "ah isso é muito falso", o cara sabe fazer direito. E olha que nem falei direito dos efeitos sonoros, só digo que um Oscar é quase certo.

Do mesmo jeito que o filme não tem um protagonista em si, suas atuações não são requisitadas, mas se formos analisar, todos eles estão muito bem, até mesmo para Harry Styles, ex-boy band do One Direction. Tom Hardy é um piloto da Força Aérea Real e pode-se dizer que ele traz uma atuação tranquila, sem ser algo espetacular, mas prestem atenção na sua última cena.

Para mim, Dunkirk é um dos melhores filmes de Christopher Nolan, porém, não é meu preferido. Esse posto continua com um empate entre "Batman - O Cavaleiro das Trevas" e "A Origem", mas não é por isso que deixa de ser uma obra espetacular, majestosa e muito bem trabalhada. Quem gosta de um filme na época da segunda guerra, vai adorar, e quem prefere um suspense, também vai gostar.
Nota: 10.
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terça-feira, 1 de agosto de 2017

Baby Driver - A Resenha

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Esta resenha não contém spoilers.
 
O longa conta a história de Baby (Ansel Elgort), um jovem motorista de fugas em assaltos a bancos empregado nos “trabalhos” organizados por um inteligente chefe do crime, Doc (Kevin Spacey). Baby quer deixar o mundo do crime e estabelecer uma nova vida com Debora (Lily James), mas terá que fazer um último trabalho se quiser que isso aconteça.

Com a tradução péssima, mas que faz um certo sentido se pararmos para analisar, "Em Ritmo de Fuga", é apenas o sexto longa do brilhante diretor britânico, Edgar Wright, e você com certeza já deve ter ouvido falar dele (ou não, quem sabe?) ou visto alguma obra excepcional do homem.

Vindo de filmes como "Todo Mundo Quase Morto" e "Scott Pilgrim Contra o Mundo", ele traz mais uma carta de amor ao mundo do cinema e da música com Baby Driver e você consegue perceber como ele trata isso no filme. Nesse caso, o cuidado com a trilha sonora é tão bem feita que ela se torna um personagem à parte. Ela está lá, o tempo todo, sem parar, combinando com "os batidões" das cenas (tiros, passos aleatórios, roupas sendo lavadas e sincronias labiais) e que faz total sentido devido às necessidades do protagonista (que sofreu um acidente na infância e fica com tinido). Pegue isso e junte com a excelente edição (da dupla Paul Machliss e Jonathan Amos) e o trabalho estará completo. Prevejo justas indicações ao Oscar por Melhor Edição e Mixagem de Som.

No quesito roteiro, Edgar criou um bom texto bem arrumadinho e sem deixar pontas soltas, apesar de uma subtrama envolvendo um galpão com armas não precisar existir, sinceramente. Talvez isso seja o único ponto negativo que tenho a (reclamar é uma palavra pouco pesada) comentar, mas de resto, Wright consegue criar perfeitamente situações e piadas (se puder, veja legendado) que o levará ao riso, mas saiba que não é um humor Trapalhões ou estilo os filmes da Marvel Studios. Digamos que é um humor diferente, mais britânico e recheado de referências (preste atenção no figurino de Baby que se parece com certo personagem de Star Wars). Algumas pessoas reclamaram de que não há desenvolvimento de alguns personagens do filme. Eu não me incomodei com isso, até porque não quero saber das vidas dos capangas vividos por Jaime Foxx, Jon Hamm e Elza González ou qualquer coisa relacionado aos seus passados.

A direção de Edgar nunca foi questionada e não será hoje que vai acontecer. Seu jeito de filmar as cenas de ação (com bons cortes nas horas necessárias) são feitas com um toque de sutileza que deixa certos diretores no chinelo (aprende Michael Bay). Não é nada muito grandioso que faz você urrar no cinema, mas ele sabe fazer e é muito melhor que o Bay. Já os atores cumprem bem seus papeis, não vá esperando atuações dignas de Oscar, mas também não se preocupe com o Framboesa, não vai acontecer.

Baby Driver pode ser diversão garantida se você gostou do que leu até aqui, mas se ocorreu o processo inverso, dê uma chance para que Edgar Wright e sua trupe possam recompensá-lo.

Nota: 9,5.

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