O longa conta a história de Baby (Ansel Elgort), um jovem motorista de fugas em assaltos a bancos empregado nos “trabalhos” organizados por um inteligente chefe do crime, Doc (Kevin Spacey). Baby quer deixar o mundo do crime e estabelecer uma nova vida com Debora (Lily James), mas terá que fazer um último trabalho se quiser que isso aconteça.
Com a tradução péssima, mas que faz um certo sentido se pararmos para analisar, "Em Ritmo de Fuga", é apenas o sexto longa do brilhante diretor britânico, Edgar Wright, e você com certeza já deve ter ouvido falar dele (ou não, quem sabe?) ou visto alguma obra excepcional do homem.
Vindo de filmes como "Todo Mundo Quase Morto" e "Scott Pilgrim Contra o Mundo", ele traz mais uma carta de amor ao mundo do cinema e da música com Baby Driver e você consegue perceber como ele trata isso no filme. Nesse caso, o cuidado com a trilha sonora é tão bem feita que ela se torna um personagem à parte. Ela está lá, o tempo todo, sem parar, combinando com "os batidões" das cenas (tiros, passos aleatórios, roupas sendo lavadas e sincronias labiais) e que faz total sentido devido às necessidades do protagonista (que sofreu um acidente na infância e fica com tinido). Pegue isso e junte com a excelente edição (da dupla Paul Machliss e Jonathan Amos) e o trabalho estará completo. Prevejo justas indicações ao Oscar por Melhor Edição e Mixagem de Som.
No quesito roteiro, Edgar criou um bom texto bem arrumadinho e sem deixar pontas soltas, apesar de uma subtrama envolvendo um galpão com armas não precisar existir, sinceramente. Talvez isso seja o único ponto negativo que tenho a (reclamar é uma palavra pouco pesada) comentar, mas de resto, Wright consegue criar perfeitamente situações e piadas (se puder, veja legendado) que o levará ao riso, mas saiba que não é um humor Trapalhões ou estilo os filmes da Marvel Studios. Digamos que é um humor diferente, mais britânico e recheado de referências (preste atenção no figurino de Baby que se parece com certo personagem de Star Wars). Algumas pessoas reclamaram de que não há desenvolvimento de alguns personagens do filme. Eu não me incomodei com isso, até porque não quero saber das vidas dos capangas vividos por Jaime Foxx, Jon Hamm e Elza González ou qualquer coisa relacionado aos seus passados.

Baby Driver pode ser diversão garantida se você gostou do que leu até aqui, mas se ocorreu o processo inverso, dê uma chance para que Edgar Wright e sua trupe possam recompensá-lo.
Nota: 9,5.
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